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A ÁGUIA E A GALINHA

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terça-feira, 16 de março de 2010

डा AGRESSÃओ वेर्बल अ FÍSICA


Em graus variados, a violência está presente na vida da maioria das pessoas, de todas as idades, sem distinção de raça, credo, sexo, cultura e classe social. Entre as principais vítimas, destacam-se as mulheres, para as quais a máxima “lar, doce lar” nem sempre é verdadeira: entre as mulheres que sofreram algum tido de violência e receberam atendimento na organização não-governamental SOS Mulher, 85% foram agredidas dentro de casa e, em mais da metade dos casos, o agressor era o companheiro ou um ex-companheiro. Os dados são apresentados em um artigo recém-publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.
Segundo as vítimas, as causas de agressão foram, principalmente, o vício em álcool ou outras drogas e o ciúme (36,9% e 19,9%, respectivamente). A esperança de melhorar o relacionamento conjugal foi o principal motivo referido pelas mulheres (33,8%) para continuarem convivendo com seus companheiros após as agressões sofridas”, diz o artigo, assinado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia. O trabalho caracteriza aspectos epidemiológicos e clínicos das violências física, sexual, psicológica e verbal contra as mulheres em Uberlândia (MG).

No estudo, além de 884 fichas da ONG, foram consultadas outras fontes referentes a agressões contra mulheres, como 614 atendimentos médicos no Hospital das Clínicas de Uberlândia (HCU) e 1.163 laudos de perícias e necropsias do Posto Médico Legal (PML) da cidade. No HCU e no PML, predominaram os episódios de agressão física, enquanto na ONG as violências física e psicológica atingiram proporções semelhantes.

Das mulheres atendidas pela ONG, a maioria tinha entre 18 e 39 anos de idade, não havia concluído o ensino fundamental e trabalhavam como domésticas ou donas-de-casa. Os agressores, quase todos homens, apresentavam um perfil similar: idade entre 20 e 49 anos, ensino fundamental incompleto e ocupações que não exigem maior escolaridade, como pedreiros, serventes ou motoristas. Contudo, é preciso cuidado para não tirar conclusões precipitadas e julgar que a violência contra a mulher é um fenômeno que atinge apenas as classes sociais menos favorecidas. “A violência também ocorre nas classes média e alta, mas estas, por receio de escândalos, utilizam-se de serviços particulares. A violência entre as classes mais altas fica evidenciada na mídia somente em situações extremas, quando ocorrem homicídios praticados por maridos ou companheiros ”, explica o artigo.

Segundo os pesquisadores, em todas as classes sociais e em todo o mundo, muitos casos de violência contra a mulher não são registrados pelos serviços de saúde. “Muitas vezes, a violência contra a mulher não é detectada no setor de saúde pela dificuldade em se falar e tratar do assunto, tanto por parte das mulheres agredidas quanto por parte dos profissionais”, afirma o artigo.

O silêncio e a invisibilidade, freqüentemente, envolvem os casos de violência sexual. “Uma das causas para a baixa freqüência de denúncias é que a maioria das agressões ocorre em ambientes familiares ou são praticadas por pessoas conhecidas, com vínculo sentimental ou hierárquico entre agressores e vítimas, de modo que estas nem sempre denunciam ou procuram atendimento médico, ainda que a violência se repita por meses ou anos”, destaca o artigo. “O sexo vaginal forçado no casamento poucas vezes é reconhecido como violência, parecendo enquadrar-se socialmente e sexualmente como ‘normal’ na relação”.

De forma similar, a violência psicológica e as agressões verbais não são notificadas por serem consideradas inerentes à intimidade dos casais. Contudo, elas também têm efeitos nocivos à saúde e podem ser fatores que antecedem a violência física. “A violência verbal é banalizada e raramente reconhecida, tornando-se, talvez, a mais invisível de todos os tipos de violência”, diz o artigo.

A análise dos dados do HCU e do PML mostrou que mais de 13% das mulheres vítimas de agressões precisaram ser hospitalizadas, sendo as especialidades de odontologia buco-maxilo-facial, ortopedia e traumatologia, e clínica médica as mais solicitadas. No período de dois anos pesquisados no PML, houve 25 mortes em decorrência das violências sofridas, nas quais os agressores chegaram a utilizar armas brancas ou de fogo. Este dado revela que, em Uberlândia, no mínimo, uma mulher foi morta por mês e, mesmo nos casos que não resultaram em óbitos, nota-se a intenção de homicídio devido à gravidade das lesões.

"O espancamento de uma parceira íntima pode ser rotineiro, sendo raro que ocorra uma única vez. Com o tempo, a violência tende a tornar-se mais freqüente e aumentar em gravidade; as marcas visíveis da violência são tratadas nos serviços de saúde para, em seguida, as mulheres retornarem ao mesmo ciclo de espancamento e abusos que podem resultar em homicídios ou suicídios", alerta o artigo, chamando a atenção para a necessidade dos profissionais de saúde se aterem à identificação e ao acompanhamento dessas pacientes vítimas de violências.

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